A PUGLIA E SEUS VINHOS
Que tal olharmos um pouco para o calcanhar da Itália?
Continuando a nossa série sobre a os Vinhos da Itália chegamos a Região de Puglia, ou como os gregos chamam.., a Terra dos Vinhos... hhhmmmmmm!!
Linda e aconchegante, com toques nostálgicos e ainda meio medieval esta região nos convida a passear pelos seus vinhedos e apreciar suas praias... com mar azul turquesa muito por conta do calcário.
vamos lá...!!
Apesar
do grande prestígio que gozam as regiões mais setentrionais, o sul da
Itália é o verdadeiro berço do vinho italiano.
É a ela que os gregos se
referiam quando chamavam a península de Enotria, a “Terra dos Vinhos”,
quando ali estabeleceram suas colônias, tal a boa adaptação da videira
nesta terra de colinas e planícies de clima ameno.
Esta
região mediterrânea, graças à sua posição geográfica de proximidade com
o Oriente Médio e o norte da África, sofreu a influência de vários
povos e culturas que cruzavam este mar interior, tendo sido a grega a
mais marcante.
Esta Itália helenizada era conhecida como Magna Grécia e a
influência da cultura grega do vinho sobre ela foi enorme.
Molise,
Campânia, Basilicata, Calábria , fazem parte dela, mas é a Puglia a
região mais importante, tanto pela enorme produção de seus vinhedos,
quanto pelo destaque recente que seus vinhos vem merecendo.
A
Puglia é calcanhar e o salto da “bota” que é a Itália, e se estende
por uma faixa de quase 400 km pela costa do Mar Adriártico.
Seu clima
tipicamente mediterrâneo e a composição calcária de seu solo a tornam
ideal para o plantio de uvas. Sua topografia é também muito favorável
para a grande produção de uvas, sendo em sua maior parte plana.
A área coberta por vinhedos atinge 190 000 ha, e sua produção só se
iguala à da Sicília, chegando a produzir cerca de 17% dos vinhos deste
país que é o segundo maior produtor de vinhos do mundo.
A maior parte
deste vinho é ainda de qualidade inferior, comercializado a granel ou
engarrafado como Vino da Tavola, sendo também muito grande a parcela
utilizada para a produção de vermutes.
Apenas 2% da produção podem
ostentar a expressão DOC, Denominazione di Origine Controllata, em seus
rótulos.
O sistema de cooperativas é responsável por 60% dos vinhos da Puglia.
Nos últimos anos, muitas delas passaram por dificuldades financeiras,
como nos relata Jancis Robinson em seu The Oxford Companion to Wine, mas
outras tantas se beneficiaram bastante com a contratação de enólogos
experimentados do Novo Mundo.
REGIÕES, UVAS E VINHOS
Como
acontece com todo o sul do país, a Puglia tem uma rica variedade de
uvas nativas, que fazem o charme de seus vinhos nesses tempos de
globalização.
Na parte mais ao norte, próxima a San Severo, predominam a
SANGIOVESE e a TREBBIANO, e sua produção responde por cerca de 30% dos
vinhos DOC da região.
A MONTEPULCIANO e a BOMBINO BIANCO são cultivadas
perto da província de Foggia.
A UVA DI TROIA, base dos DOC Castel del
Monte, Rosso Canosa e Rosso Barleta, predomina na parte central da
região.
Mas
é na parte mais meridional, na península de Salento, que estão os
vinhos mais finos, em sua grande maioria tintos. Ali vamos encontrar as
tintas autóctones NEGROAMARO que, como o nome denuncia, dá vinhos de
grande concentração de cor com toque amargo, e a MALVASIA NERA, que
produz vinhos mais leves e aromáticos, formando as duas, quando
combinadas, um feliz e equilibrado casamento.
Esta mescla dá origem aos
vinhos DOC da região: Salice Salentino, Copertino, Squinzano, Leverano e
Brindisi, sendo este último um vinho que vem obtendo grande destaque
por sua textura macia, corpo generoso e riqueza de aromas e de sabores
(ameixa, chocolate, caça), um bom exemplo do que a região pode produzir
em termos de qualidade.
A
uva PRIMITIVO , segundo os últimos estudos ampelográficos a mesma
Zinfandel da Califórnia, é também muito plantada, dando origem a vinhos
potentes e bastante encorpados com o DOC Primitivo di Manduria.
As
chamadas uvas internacionais têm presença discreta região, com algum
destaque para a CHARDONNAY , cultivada principalmente na área de
Salento.
A
presença de inúmeros enólogos internacionais – os chamados “flying
winemakers” -- que chegaram à região nos últimos anos e melhoraram
bastante seus vinhos, deu origem a uma série de vinhos varietais de boa
qualidade, geralmente utilizando a nova denominação de IGT, como o
Negroamaro del Salento e o Uva di Troia di Puglia.
São seis os vinhos IGT da Puglia: Salento, Tarantino, Valle d’Itria, Daunia, Le Murge e Puglia.
Os
vinhos DOC da Puglia são 25, cuja relação é a seguinte: Aleatico di
Puglia, Alezio, Brindisi, Cacc’e mmitte di Lucera, Castel del Monte,
Copertino, Galatina, Gioia del Colle, Gravina, Leverano, Lizzano,
Locorotondo, Martina, Matino, Moscato di Trani, Nardò, Outra Nova,
Ostuni, Primitivo di Manduria, Rosso Barletta, Rosso Canosa, Rosso di
Cerignola, Salice Salentino, San Severo e Squinzano.
Fontes: enoblogs, wikipédia, italia.it, degustadoresemfronteiras.com.br
Lucas Bolívar
Sócio Proprietário - Armazém Deus do Vinho
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