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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Conheça a UVA MERLOT



UVA MERLOT






A Merlot é uma das castas viníferas mais cultivadas no mundo e detêm enorme prestígio. Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo era conhecida apenas como "a outra tinta de Bordeaux"; a Cabernet Sauvignon reinava absoluta. Essa percepção mudou a partir de 1980 quando começaram a surgir os vinhos do Novo Mundo.


É uma casta de uva tinta, fruto da Vitis Vinifera. É uma das responsáveis pelas características dos vinhos tintos de Saint Émillion, na região de Bordeaux, na França, sendo utilizada para a elaboração de vinho tinto para ser consumido jovem.

Trata-se de uma uva misteriosa, os primeiros registros oficiais são muito recentes, apenas de 1784 em Bordeaux (Cotes de Libournais).

Na Itália (Vêneto) ela é mencionada apenas em 1855 com o nome de "Bordò". Segundo alguns estudiosos, seu nome "Merlot" ou "Merlau" provem de um pássaro chamado "Merle" que costumava se deliciar com seus doces cachos.

Pássaro Merlau

Originária da região de Bordeaux, a Merlot é descendente da Cabernet Franc e meia irmã da Carmenère e da Cabernet Sauvignon. Essa extrema semelhança com a Carmenère foi responsável pela confusão entorno dos vinhedos chilenos nos anos 1980.

É a uva mais cultivada em Bordeaux (56%) e a terceira na França (atrás da Carignan e da Grenache). Na margem direita de Bordeaux (St. Émilion e Pomerol) ela domina amplamente, enquanto na margem oposta, ela corresponde no máximo a 25%, com maior destaque na sub-região de St-Estephe.

Características


A Merlot é uma uva controversa que gerou, e ainda gera muita discussão. Isso porque não existe consenso sobre o cultivo, tempo de maturação e ponto ideal de colheita. Existem duas orientações distintas.

A primeira, encabeçada pelo enólogo Michael Rolland, diz que a uva deve ser colhida o mais tarde possível, concentrando os açucares e a maturação fenólica.

A segunda, comandada por Christian Moueix e Jean-Claude Berrouet (Petrus) alega que a colheita tardia prejudica a acidez, supervaloriza os aromas frutados deixando os vinhos pesados, carnudos em detrimento da elegância, frescor e longevidade.

Como se isso não bastasse, também não existe acordo quanto aos aromas e sabores típicos da Merlot. Toda essa questão gerou uma crise de identidade.



O vinho Merlot é encorpado, intensamente frutado, complexo, uma harmônica estrutura com perfeito equilíbrio. Apresenta uma cor vermelho-púrpura, seus aromas são densos e frutados, tendo uma boa evolução, deixando assim seu aroma com muita complexidade. O paladar é rico, macio, perfeitamente equilibrado, sedoso e de grande classe.


Podemos dizer que a Merlot é uma casta que apresenta cachos de tamanho médio com aproximadamente 120 bagos, de formato cilíndrico, alado, solto, com pedúnculo fino, longo e lenhoso na inserção. Sua cor é azul-negra-violácea menos intensa, resultando num vinho rubi-violáceo quando jovem, evoluindo para um rubi-atijolado.

Seus bagos possuem pele mais fina com menos pigmento, tanino e menor acidez. Em contrapartida, apresenta mais açucares, consequentemente, mais álcool. É também mais suave, carnuda e aromática.

É uma casta de maturação rápida.


Em Bordeaux, por exemplo, amadurece em média 02 semanas antes das Cabernets. Isso lhe garante fama de "colheita segura", escapando das perigosas chuvas durante o período de colheita. Ela se adapta bem a climas mais frios (em comparação com a Cabernet Sauvignon) com solos mais rochosos, áridos, argilosos e ferrosos.

Aromas

Os aromas primários mais encontrados são: frutas pretas (ameixa, jabuticaba e groselha negra), herbáceos (chá, orégano, alecrim, azeitonas e húmus), especiarias (canela, cravo e noz-moscada), outros (tabaco, cogumelos e couro). Quando o vinho estagia em madeira, surgem novos aromas: caramelo, baunilha, coco, bala toffe, chocolate, café, torrefação, tostado, cedro, esfumaçado, nozes e figo seco.

Na boca, a principal característica é a textura macia, sedosa e aveludada; com acidez e álcool equilibrados em corpo médio; e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são os de frutas pretas, herbáceos e algum sumo de carne. O uso de madeira pode ser benéfico. Porém muitos produtores não utilizam carvalho novo para não perder ("matar") a elegância da uva.

Assim como a maioria das uvas tintas, a Merlot pode ser apresentada sozinha (varietal) ou em corte (assemblage). Em ambos os casos, ela dá origem a vinhos mais redondos, aveludados e estruturados. Normalmente, o tempo de guarda é bem vindo para essa uva, porém, seus vinhos podem ser degustados mais jovens. Quando em corte, ela é responsável por arredondar, harmonizar e dar mais elegância ao conjunto.


Cultivo


Apesar de ser originária da região de Bordeaux, a Merlot pode ser encontrada em praticamente todos os países produtores. Apenas as zonas mais quentes não são recomendadas. No Brasil temos excelentes Merlots.

Compatibilização


É um excelente vinho para se tomar sozinho, sem acompanhamento de comida, pois é um vinho redondo, sedoso e aveludado.

Mas, devido as suas extraordinárias características, também podemos compatibilizá-lo com inúmeros pratos. É praticamente impossível relacionar todas as associações

Curiosidades


Em 1991, o programa americano de televisão, "60 Minutes", levou ao ar uma reportagem comentando sobre o "Paradoxo Francês". Segundo a reportagem, o paradoxo era baseado no fato dos franceses cozinharem com enormes quantidades de gordura (banha e manteiga) e, ao mesmo tempo, terem baixos índices de ocorrência de doenças cardíacas. A explicação dada era o alto consumo de vinho tinto que é rico em "resveratrol", um agente químico que, entre outros benefícios, reduz o colesterol ruim. Imediatamente, o consumo de Merlot aumentou incrivelmente.


* Baseado na Matéria de André Monteiro para a Confraria dos Prazeres.



Fontes de Pesquisa: wikipedia, guiadovinho



Lucas Bolívar
Sócio Proprietário - Armazém Deus do Vinho

www.deusdovinho.com


Tel: 11-2017-5317

E-mail: vinhos@deusdovinho.com

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