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sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Conheça Mais Sobre a Uva MERLOT

O vinho produzido a partir da uva Merlot está entre

os mais consumidos do mundo.



A Merlot é uma das castas viníferas mais cultivadas no mundo e detêm enorme prestígio. Mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo era conhecida apenas como "a outra tinta de Bordeaux"; a Cabernet Sauvignon reinava absoluta. Essa percepção mudou a partir de 1980 quando começaram a surgir os vinhos do Novo Mundo.

Originária da região de Bordeaux, a Merlot é descendente da Cabernet Franc e meia irmã da Carmenère e da Cabernet Sauvignon. Essa extrema semelhança com a Carmenère foi responsável pela confusão entorno dos vinhedos chilenos nos anos 1980. A Merlot é uma uva misteriosa, os primeiros registros oficiais são muito recentes, apenas de 1784 em Bordeaux (Cotes de Libournais). Na Itália (Vêneto) ela é mencionada apenas em 1855 com o nome de "Bordò". Segundo alguns estudiosos, seu nome "Merlot" ou "Merlau" provem de uma pássaro chamado "Merle" que costumava se deliciar com seus doces cachos.

A Merlot é a uva mais cultivada em Bordeaux (56%) e a terceira na França (atrás da Carignan e da Grenache). Na margem direita de Bordeaux (St. Émilion e Pomerol) ela domina amplamente, enquanto na margem oposta, ela corresponde no máximo a 25%, com maior destaque na sub-região de St-Estephe.


Características

A Merlot é uma uva controversa que gerou, e ainda gera muita discussão. Isso porque não existe consenso sobre o cultivo, tempo de maturação e ponto ideal de colheita. Existem duas orientações distintas. A primeira, encabeçada pelo enólogo Michael Rolland, diz que a uva deve ser colhida o mais tarde possível, concentrando os açucares e a maturação fenólica. A segunda, comandada por Christian Moueix e Jean-Claude Berrouet (Petrus) alega que a colheita tardia prejudica a acidez, supervaloriza os aromas frutados deixando os vinhos pesados, carnudos em detrimento da elegância, frescor e longevidade.

Como se isso não bastasse, também não existe acordo quanto aos aromas e sabores típicos da Merlot. Toda essa questão gerou uma crise de identidade. Afinal de contas, o que deveríamos (e não o que gostaríamos) esperar de um vinho com a casta Merlot?

Em linhas gerais, podemos dizer que a Merlot é uma casta que apresenta cachos de tamanho médio com aproximadamente 120 bagos, de formato cilíndrico, alado, solto, com pedúnculo fino, longo e lenhoso na inserção. Sua cor é azul-negra-violácea menos intensa, resultando num vinho rubi-violáceo quando jovem, evoluindo para um rubi-atijolado. Seus bagos possuem pele mais fina com menos pigmento, tanino e menor acidez. Em contrapartida, apresenta mais açucares, consequentemente, mais álcool. É também mais suave, carnuda e aromática.

É uma casta de maturação rápida. Em Bordeaux, por exemplo, amadurece em média 02 semanas antes das Cabernets. Isso lhe garante fama de "colheita segura", escapando das perigosas chuvas durante o período de colheita. Ela se adapta bem a climas mais frios (em comparação com a Cabernet Sauvignon) com solos mais rochosos, áridos, argilosos e ferrosos.

Os aromas primários mais encontrados são: frutas pretas (ameixa, jabuticaba e groselha negra), herbáceos (chá, orégano, alecrim, azeitonas e húmus), especiarias (canela, cravo e noz-moscada), outros (tabaco, cogumelos e couro). Quando o vinho estagia em madeira, surgem novos aromas: caramelo, baunilha, coco, bala toffe, chocolate, café, torrefação, tostado, cedro, esfumaçado, nozes e figo seco.

Na boca, a principal característica é a textura macia, sedosa e aveludada; com acidez e álcool equilibrados em corpo médio; e taninos redondos. Os aromas de boca mais presentes são os de frutas pretas, herbáceos e algum sumo de carne. O uso de madeira pode ser benéfico. Porém muitos produtores não utilizam carvalho novo para não perder ("matar") a elegância da uva.

Seus Aromas:

  • Frutas Pretas,
  • Chocolate,
  • Figo Seco,
  • Tabaco,
  • Chá,
  • Canela


Assim como a maioria das uvas tintas, a Merlot pode ser apresentada sozinha (varietal) ou em corte (assemblage). Em ambos os casos, ela dá origem a vinhos mais redondos, aveludados e estruturados. Normalmente, o tempo de guarda é bem vindo para essa uva, porém, seus vinhos podem ser degustados mais jovens. Quando em corte, ela é responsável por arredondar, harmonizar e dar mais elegância ao conjunto.

 

Principais Regiões


Apesar de ser originária da região de Bordeaux, a Merlot pode ser encontrada em praticamente todos os países produtores. Apenas as zonas mais quentes não são recomendadas. Dessa forma, as principais regiões são:

França, Bordeaux (margem direita) – Destacadamente as sub-regiões de St-Émilion (60%) e Pomerol (80%). Produz os vinhos mais emblemáticos, históricos, é a melhor expressão;

França, Bordeaux (margem esquerda) – Destacadamente a sub-região de St-Estephe. Produz vinhos elegantes em típico corte bordalês (Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e menores proporções de Petit Verdot, Malbec e Carmenère). Devido ao assemblage, os vinhos demoram mais para ficarem prontos e são mais longevos;

França, Bordeaux (outras regiões) – Produzem vinhos menos complexos, mas com grande qualidade. Excelente para se degustar sem ter que gastar fortunas;

França, Languedoc – Produz vinhos menos complexos e prontos para beber. Podemos dizer que são Merlots para o dia a dia;

Itália, Nordeste – Vinhos elegantes, diferentes e prontos. Mas a qualidade varia muito, assim sendo, é necessário prestar atenção ao produtor. A melhor região é o Friuli, onde os vinhos são varietais;

Itália, Toscana – Vinhos de grife, produz alguns dos Supertoscanos. Normalmente entra em corte com a Sangiovese e com a Cabernet Sauvignon. A sub-região de Maremma se destaca;

Portugal, Setúbal – Vinhos deliciosos, redondos e poderosos, que podem ser degustados jovens ou guardados por alguns anos. Normalmente se apresentam varietal e com forte presença de madeira;

EUA, Califórnia – Vinhos estruturados, encorpados e longevos. Extremamente frutados e marcados pelas especiarias (varietais ou em corte). Alguns são fortes concorrentes dos melhores exemplares de Bordeaux. As melhores sub-regiões são: Napa Valley, Oakville, Stags Leap, Carneros, Mendocino, Dry Creek e Sonoma Valley;

Chile, Vale Central – Durante muito tempo se confundiu Merlot com a quase desaparecida Carmenère. Nessa época usava-se o termo "Merlot Chileno". Hoje, após a distinção, sabemos que o Chile produz bons Merlots com um toque mais herbáceo e com madeira marcada. Vinhos encorpados e interessantes (varietais ou em corte);

 Africa do Sul – Antes de 1980 não existia Merlot. O rápido crescimento foi impulsionado pelos excelentes resultados. Vinhos elegantes, potentes, alcoólicos e muito aromáticos. Pode ser varietal ou corte e já estão prontos para beber;

Austrália – Representa apenas 3% da produção de vinhos. Porém, produz vinhos diferentes, com pouca fruta e aromas mais terrosos (varietais ou em corte).

Brasil Merlot no Brasil - Em solo brasileiro, a casta tem suma importância e produz tintos de diversas categorias. Em uma análise aprofundada, a Merlot disputa com a Ca­bernet Sauvignon, a posição de casta tinta mais importante do Brasil. Os melhores Merlot de nos­so país são provenientes do Rio Grande do Sul.

Compatibilização

O Merlot é um excelente vinho para se tomar sozinho, sem acompanhamento de comida, pois é um vinho redondo, sedoso e aveludado.
Mas, devido as suas extraordinárias características, também podemos compatibilizá-lo com inúmeros pratos. É praticamente impossível relacionar todas as associações.
As principais são:


  • Terrines de especiarias ou ervas e patês;
  • Carnes semi-doces como: Pato, Ganso, Coelho;
  • Cozinha Tailandesa com pratos picantes e condimentados;
  • Cozinha Árabe: Arroz com lentilha, Kibe, Michui, Kafta, Shawarma, Mezzes, Sihil Mahsi (abobrinha recheada com carne), dentre outros;
  • Cozinha Caseira ou Regional: Carnes de panela com vinho tinto (cassaroles), Guisados, Panquecas e Gratinados;
  • Risotos: Funghi, Isca de carne, Gorgonzola ou Carne seca com abóbora;
  • Escalopes com molhos clássicos (Madeira, chateaubriand, champignons, roti e outros escuros);
  • Cozinha Italiana: Massas recheadas como: Capelletti in Brodo (de frango ou vitela).

 

Curiosidades


Em 1991, o programa americano de televisão, "60 Minutes", levou ao ar uma reportagem comentando sobre o "Paradoxo Francês". Segundo a reportagem, o paradoxo era baseado no fato dos franceses cozinharem com enormes quantidades de gordura (banha e manteiga) e, ao mesmo tempo, terem baixos índices de ocorrência de doenças cardíacas. A explicação dada era o alto consumo de vinho tinto que é rico em "resveratrol", um agente químico que, entre outros benefícios, reduz o colesterol ruim. Imediatamente, o consumo de Merlot aumentou incrivelmente.

Matéria de André Monteiro para a Confraria dos Prazeres.

 

 ADV - Armazém Deus do Vinho

Tel: 11-2017-5317
E-mail: vinhos@deusdovinho.com

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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

O que é um Vinho Vintage?

Você sabe o que Significa Vinho Vintage? 


Algumas pessoas perguntaram-me sobre isso... e eu fui procurar saber mais especificamente e, de todas que li sobre, a melhor explicação e a mais simples, achei no wikipédia.

Claro que cada um tem a sua denominação dentro do conceito que existe... porém, vale a informação para nortear e também não achar que o termo é algo só  do passado, antigo mesmo... dos anos 20 ahaahahaha

Mas vamos lá.

A designação Vintage é a classificação mais alta que pode ser atribuída a um vinho do Porto. 

Considera-se Vintage o vinho do Porto obtido da colheita de um só ano, e é uma denominação atribuída apenas em anos considerados de excepcional qualidade

 Sofrem um envelhecimento em casco por um período máximo de dois anos e meio, sendo posteriormente envelhecidos em garrafa. 

O seu potencial de envelhecimento é enorme sendo por isso recomendável a sua guarda por um período nunca inferior a 3 a 4 anos em garrafa. 

Este vinho deve-se tomar só depois das refeições e pequenas quantidades. Com o envelhecimento em garrafa torna-se suave e elegante, desaparecendo gradualmente a adstringência inicial. Adquire, por isso, um aroma equilibrado, complexo e muito distinto. 

Aos Vintage com alguns anos em garrafa estão associados aromas de torrefação (chocolate, cacau, café, caixa de charutos, etc.), aromas de especiarias (canela, pimenta,...) e, por vezes, aromas frutados


bem legal né? 
então já sabe... 

e se tomar algum vinho do Porto Vintage, nos conte, diga o que achou!! 



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